10 outubro 2006

A Experienciação - falando em bom português: Como tudo irá acontecer!

Mapas do Encontro
O Encontro do Corpo com a Cidade

1. Tudo começou daqui:
Que mapas você pode criar quando seu corpo habita a cidade? Que mapas você cria da cidade que habita ou visita? Que modificações estão acontecendo tanto no seu corpo quanto no espaço? Que contaminações são efetuadas a partir desse processo? Que tipo de representação um mapa é capaz de contruir?

2. E então o objetivo se tornou esse:
O objetivo dessa experienciação é observar melhor a ação do Corpo na Cidade, os mapeamentos possíveis desse encontro, e as possíveis modificações que ambos sofrem a partir dessas ações. Entende-se que a percepção da cidade não se faz somente por um dos lados: não é só corpo e não é somente cidade. Não se escolhe um lado: subjetivo ou objetivo. A ação da percepção deve ser construída no processo, no entre-lugar, no território flutuante e conectado com o relacional corpo-cidade.

3. Como hipótese:
Acredita-se que a percepção pode ser detectada, em níveis inciais, enquanto pequenas alterações involuntárias do corpo. Num segundo momento, pode ser que elas cheguem a se tornar pensamentos conscientes e movimentos voluntários com ações efetivas. No entanto, considero que a percepção começa antes desse movimento efetivo. Antes do sol queimar sua pele você já está em contato com ele, portanto a percepção já vem acontecendo antes. Como estamos trabalhando com a hipótese de que a percepção pode ser visualizada por pequenas alterações corporais involuntárias, acredita-se que poderíamos detectá-la através de medições corporais. Ou seja, o corpo sendo mapeado em busca de percepções (pensamentos).

4. Justificando:
O uso dos mapeamentos oferece a liberdade de captar funções e não somente representações simbólicas. Além disso, o mapa se torna um elemento extremamente contemporâneo porque carrega consigo conceitos como o de rede, rizoma, entre-lugar, tempo simultâneo, plasticidade, dinamicidade, relacionalidade, potência, leveza, emoção e memória; conceitos esses que nos jogam diretamente em uma discussão bastante atualizada.

5. Metodologicamente falando:
Acredita-se que o corpo, muitas vezes, pode antever coisas que ainda iremos verbalizar e também expressa algumas outras que nunca conseguiremos transformar em palavras, imagens, sons. E foi através dessa questão que se esboçou esse novo jeito de olhar a cidade, tentando mapear esse novo movimento através do corpo, que também é pensamento. Apesar de exisitir uma preocupação muito grande com a observação corporal (seja ela em velocidade de movimentos, gestos, expressão de emoções, olhares), analisaremos também relatos verbais, esboços e haverá um mapeamento de batimento cardíaco, contração/tensão muscular, tremores e oscilação postural. Os esboços irão em busca de um olhar subjetivo sobre a cidade, um esboço de um mapa único, porque as relações dos corpos são únicas. Eles tentarão nos trazer o mapa que existe naquele momento, no pensamento daquela pessoa quando em experiência com aquela cidade. Os relatos nos reforçarão as hipóteses levantas e as medições técnicas nos ajudarão a lebantar os movimentos involuntários. Acredita-se que esse mapa é constantemente modificado, já que além de conheceremos lugares novos na cidade a todo momento, realizamos novas relações de sensação também a cada momento. E como estamos trabalhando através de um pensamento rizomático, crê-se que buscar as conexões existentes para aquela pessoa, naquela cidade, naquele momento, pode ser algo que nos leve a descobrir algumas coisas a mais, assim como a importância daquele lugar escolhido por ela na sua própria rede de relações. Os relatos são uma forma de deixar o mapeamento mais completo já que o cruzamento de informações nos proporá um mapa mais sólido.

6. Mãos à obra!